Sala de espera

23:30


Eu não pensei se iria ou não me permitir, apenas aconteceu. 
Era o  final de semana de sair da casinha e quando dei por mim, já estava na sexta hora que eu não conseguia pensar em NADA que não fosse o bem-estar de outra pessoa. Acho que é assim um pouco que as mães se sentem, aflitas, porém sem transparecer, transformam-se em rochas, muralhas. Longe de mim comparações, é impossível. 
Engraçado as sensações que as primeiras vezes nos causam, é uma mistura de impotência e pânico, até o buraco no estômago parecia maior, e mesmo me esforçando, ainda não consigo descrever . . . 
Mas sei que se perguntarem a melhor forma de ter uma reflexão profunda, é sentada em um banco de um hospital, não recomendo, mas é inevitável. 
Aprendi também, por incrível que pareça em muitos anos de blog, que amor e preocupação são mais aliados do que quaisquer outro sentimento. 

Ah, o amor!

10:25

Beira a perfeição em seus detalhes, faz sutil alteração entre o calmo e explosivo. Expansivo ensina aos distraídos como ser  cuidadoso.

 Se tem lapsos de choro e insônia apenas em imaginar ele se afastar. 
Ah, o amor. . . que me tira o fôlego e a paciência, que faz com que se pecar e se encontre, encontre e se perca deliberadamente sem fazer esforço nenhum.
Ah, o amor . . . do espaço e da conchinha, que faz mastigar a língua e querer engolir a outra.
 Ah, o amor . . . de rolar de rir, de morrer de raiva, e ressurgir para viver tudo de novo com mais intensidade.
 Amor do confete, da doença, da manha e do cafuné, que ensina a respeitar as diferenças mas do que a a prô carrasca da escola, simplesmente obriga a aceitar a opinião alheia mas do que em qualquer discussão sobre, religião, política, futebol ou Big Brother.
Ah, o amor .. que ensina o ser a ser humano, a entender sobre o passado, planejar o futuro, mesmo 
que esse pareça incerto, improvável apenas pelo simples prazer de sonhar junto. Por uma vontade insana de dividir o que ainda nem se tem. 

We back, again!

01:33

E fizeram com que ela sentasse numa cadeira um pouco dura, em frente a uma mesa de madeira de má qualidade, em cima dela folhas brancas e tinta, sem borracha. 

No canto esquerdo um molho de chaves e um pequeno baú trancado, empoeirado, aparência de que estava há tempos guardado em algum lugar com luz insuficiente, húmido talvez. 
Trouxe nostalgia e por mais que ela tentasse relutar, naquela altura do campeonato o subjetivismo já havia entrado pela porta da frente para matar a saudade. Abrindo o coração, destrancando o baú, aceitando, ressurgindo, reassumindo as origens, reunindo, esforçando-se!