É dando que se recebe, as dificuldades de uma azarada que quer sertranscendental.

01:08


Uma bela sexta-feira quente na metrópole paulistana, um céu azul, e uma energia contagiante, uma vontade louca de fazer o bem sem olhar a quem, sem reparar nas combinações incompatíveis das modelos do metrô, sem olhar as redes sociais alheias, só amor, e fazer o bem.  
Para começar, uma corrida leve em uma avenida arborizada, um pouco desnivelada talvez. Alguns pedregulhos, e assobios de caminhoneiros pelo caminho. Nada que realmente incomode, apenas interação com a natureza e demonstrações de carinho e amor ao próximo, companheirismo também, assim como o cocô que grudou no tênis e foi fiel até as últimas voltas do circuito.
Após finalizar os exercícios, um banho . . . quente, pois a sexta está ensolarada e não há isolante térmico na caixa d'agua, e se há, não funciona, porque a água ferve. 
Pequenos imprevistos acontecem, o importante mesmo é transcender, evoluir, e ir atrás dos objetivos, e nada como um emprego novo para marcar essa fase. 
Entrevista em um pólo comercial de renome, rodeada de grandes prédios, grandes oportunidades e uma vontade louca de ser diferente, e fazer diferente, em meio a pensamentos e empolgação a conhecida avenida tornou-se desconhecida e com uma numeração extremamente sequenciada, mil números, um sol de 40 º graus, e uma leve exaustão, por precisar correr . . . com as pernas, e contra o relógio. 
Enfim o hall do prédio, uma leve tropeçada no degrau, um carão que recupera até acidente na via de mão dupla, um mini bate papo com o porteiro, uma enxugadinha nas gotículas de suor da testa, uma retocada no batom? Talvez? Não, melhor não, tudo vermelho demais!
Décimo sétimo andar, hora de arrasar, transcender! 
Final da primeira fase e tudo corre maravilhosamente bem, e foi uma excepcional entrevista/conferência do currículo/apenas leram meu currículo/ ele estava muito bem atualizado/ o que importa e realmente transcender.  
Mais uma caminhada animada até o metrô, por hora parecia tranquilo, sem sol, apenas muitos prédios, carros, ônibus e algumas poças d'agua, e infelizmente os dois itens não combinam muito quando estão ao lado da calçada, e é você quem está nela . .. Mas o importante mesmo é ...
Enfim o metrô, antes das 17h vazio, e o único empecilho é a falta de dinheiro no bilhete, e na carteira, e o fato de ter esquecido a bolsinha de moedas .. Puta que pariu . . Por hoje foi só!  

Acorda menina!

00:31



Ei menina, você acha que vai pra onde assim? Hora cheia de si, hora duvidando até da própria sombra.
Ei menina, e todos esses planos aí? Tá esperando o anjo cair do céu pra te ajudar a realizar? 
Ei menina, logo você tão cheia de auto-ajuda e conversas sobre o tempo está esperando quem te dar um chacoalham? 
Não me venha com auto-piedade menina, você já viu e viveu demais para querer se enganar assim. 
Tá cabeluda em saber que ninguém aprende de livro fechado, e que as suas ideias mirabolantes não vão se materializar sozinhas.
Eu sempre tive tanto orgulho menina, então deixe de ser todo mundo, pare se reclamar, olhe ao redor, vá atras. 
Você bem sabe como funciona, então ACORDA MENINA! 

Um desabafo sobre o "não ser eu"

00:20

E que perdoem os usuários, os defensores, os demagogos e os que fazem apologia, mas sejamos sinceros, a vida não é fácil pra ninguém, todos temos problemas, de curta ou grande escala eles estão diariamente conosco, ou na casa do nosso vizinho. 
Se pobres, sofremos com a falta de educação, de sistema de saúde e com o transporte, é tanto carro, é tanta gente e ainda somos obrigados a conviver com cunhados malas, crianças chorando, tias rabugentas ou aparentados metidos a doutores da saúde. Pilhas de dividas e a conta sempre no vermelho. 
Se ricos, a abundância em tudo pode acarretar alguns problemas. Pois a preocupação com o ter, e a falta de alguns problemas reais que nos ajudam a ser humanos, podem mexer de alguma forma com o psico, enfraquecê-lo. 
Pois bem meu amigo, em meio a esse monte de pequenos problemas dados em quaisquer das classes sociais, existem substâncias que mexem com eu interior, que são capazes de deixar mais leve ou pesado, destemido, despreocupado, são experts em te deixar parecido com alguém, que não lembra nada quem você é. A precaução com o uso delas é velha conhecida, quase proibida, equivale a importância de poupar a água no século XXI, e respeitadas como tal. 
Juntando esses dois elementos, os pouco corajosos rendem-se a essa  experiência do "não ser eu", que acarreta em vários problemas, e o maior deles é: NINGUÉM É FELIZ SOZINHO".