Um pouco de "Do Portão pra Dentro" e "Somos Todos Macacos"

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Era um país muito engraçado, só tinha árvore e macaco, brincavam muito, brincavam ão, atrás da bola, com o pé no chão. . . 
Isso aqui ô ô, é um pedacinho de Brasil Ía Ía . . . 
É a voz da periferia que ganha espaço na televisão. Pensadores-poetas com visão de revolução, aos poucos entram no nosso fone e nos fazem repensar, de maneira certa ou errada, vão despertando em nós uma vontade de mudar. 
As ruas das grandes cidades ganharam forma de manifestação, o poder do som, da informação, da vontade de mudar atrelada a boas hashtags expressam insatisfação, e anseiam mudanças, mas o #gigante não sabe se dorme, se acorda ou assiste pela TV e pelo facebook um monte de novidades ruins diárias como; o cinegrafista morto em manifestação. Jogador é brasileiro é chamado de macaco. Morre mais um médico assassinado. Mais um jogador brasileiro é chamado de macaco, dessa vez fora do país. Morre mais um trabalhador em obra de estádio que sediará a abertura da copa. Assédio a mulheres no metrô de São Paulo. Árbitro brasileiro é vaiado e chamado de macaco. Dirigentes da petroleira compram refinaria desnecessária e cara. Mais escândalos envolvem dinheiro público e estádios da copa. Jovem dançarino negro é assassinato, Da Silva. Mais um jogador é chamado de macaco, outra vez fora do Brasil e dessa vez atacam até uma banana. 
Que a hipocrisia seja perdoada, e todo o país seja capaz de dar as mãos, ou os de boa fé. Que um conjunto de atitudes isoladas desencadeie a união que tanto precisamos. 
Aprendi que respeito veem de casa e que o preconceito começa do portão pra dentro, com brincadeira que menospreza, com piada de mau gosto, com jargão que até a vó fala sem realmente saber o que significa. 
Preconceito de pobre preto, pobre branco, favelado, católico, protestante, macumbeiro, boliviano, que anda de trem, que anda de ônibus, que anda de carro. Que fala "nóis", que gosta de samba, que dança funk, que não tem cultura. Que compra muito, que compra pouco, que também paga imposto e paga caro por um governo que retribui com nada. 
Que mania feia de importar-se só quando a briga é no seu quintal ou achar ruim quando a manifestação te impede de chegar em casa. De achar que é preconceito apenas quando a vítima é amiga, parente. Mania de pré conceituar tudo e todos, de saber olhar o outro também quando não convém. 
Olhe só em volta, isso é Brasil. É a cara da miscigenação, a mistura formou nossa cultura, formou o samba, o forró, a alegria e o futebol. Deveria ser proibido que alguém  além de nós mesmos precisasse nos lembrar de ter orgulho de tudo isso ou de resgatar nossa consciência. 
Compreender a realidade não pode deixar que nos acostumemos com ela, e sim fazê-la diferente! Melhorá-la com sabedoria. Com flash-mobe de boas ações, que promova união, que nos faça diferentes.

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